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Lembranças de 2015, mas pelo menos com vitória

Manchester United 1-0 West Bromwich
Old Trafford
Premier League, 23/11/2020

Quando fui morar na Escócia em 2015, meu primeiro jogo foi contra o West Bromwich. Era o retorno a Old Trafford depois de três anos. Valeu a pena porque não há como ser ruim ir a Manchester, mas em campo deu tudo errado.

O United jogou muito mal, perdeu por 1 a 0, Robin van Persie desperdiçou pênalti e Ángel Di María fez questão de cruzar todas as bolas para fora. Louis van Gaal montou uma estratégia inacreditável durante o segundo tempo. Colocou Rooney e RVP para atuarem na meia e Fellaini, como centroavante.

Toda essa introdução é porque no último sábado, contra o mesmo West Bromwich, o United jogou ainda pior do que naquela tarde gelada de 2015. Mas pelo menos ganhou. Foi a primeira vitória em Old Trafford pela Premier League nesta temporada. Antes do jogo, Ole disse que a ausência de público tem feito diferença. Claro que sim, mas esta não pode ser explicação.

Ninguém, à exceção de Sam Johnstone (revelado nas canteras de Carrington), atuou bem. Não acho que o árbitro tenha sido tão influente assim no resultado. Bruno Fernandes claramente toca na bola antes de acertar o adversário. Não sei se o juiz deveria anular a marcação do pênalti porque a regra do VAR disse que isso deve acontecer quando há um óbvio erro. Era duvidoso, apenas.

O pênalti para o United foi claro. Pelas regras atuais, aquilo é pênalti. E Johnstone se adiantou muito na cobrança que defendeu. Se tivesse pegado a segunda, teria de ser batido novamente porque o goleiro saiu antes mais uma vez. O que me preocupa é que Bruno precisa mudar a forma de cobrar e com urgência. Já ficou manjado o seu estilo com o salto.

Claro que o WBA ficou atrás e fechou os espaços. Solskjaer esperava o quê? Eles jamais atacariam, O fato é que o United encontrou muita dificuldade para criar e não deveria ser assim. Martial parece ter problemas em atuar como centroavante e fica mais à vontade pela esquerda. Talvez seja a hora de escalar Cavani pelo meio enquanto Greenwood não volta.

O resultado serviu porque não tem nenhum time voando na Premier League. Mesmo o Liverpool não é o mesmo da temporada passada. Golear ou vencer por 1 a 0 da forma que foi valem os mesmo três pontos. Mas agradável de ver, não é.

Continua a ser de arrancar os cabelos os jogos em que o Manchester United é obrigado a sair e tomar iniciativa. Terça-feira será mais um desses. O time de Istambul não vai atacar. Vai contra-atacar, justamente o que os Reds gostam de fazer. Isso sem falar que no sábado a equipe foi lenta, dispersa, errou muitos passes e passou a impressão, às vezes, de estar desinteressada em campo.

Por mais que seja improvável que o United vença a Champions League e a Premier League nesta temporada, Ole precisa melhorar há evolução e que, com mais algumas peças (não que o pateta do Ed Woodward vá consegui-las), pode começar a brigar de verdade. Desde o início das competições poucas vezes se viu isso. Às exceções foram contra PSG e Leipzig.

Sou muito grato a Solskjaer por todas as alegrias que ele me deu (e não apenas o gol contra o Bayern) e receio que, se a coisa degringolar, Woodward vai sacrificá-lo para salvar o próprio rabo. Como já fez no passado. O clube tomou uma decisão: vamos apostar nele e no trabalho desenvolvido. Então é preciso ter paciência e que o board honre as calças que veste.

Às vezes me passa a impressão de que as pessoas pensam que com Sir Alex Ferguson foi sempre tudo maravilhoso, com o time sempre jogando bem e vencendo. Esquecem-se que ele levou quatro anos para ganhar o primeiro título e sete para ser campeão da liga. Mesmo depois disso tudo, em 2004-2005, parte da torcida nos jogos em Old Trafford estava à beira do motim por causa do desempenho da equipe. Houve um shareholder que, em uma reunião anual de acionistas, pediu a demissão do treinador.

Uma vitória nesta quarta (dependendo do que acontecer entre PSG x Leipzig), pode deixar a classificação encaminhada. Pode vir até com apenas mais dois pontos. Mas a repetição do futebol apresentado diante do WBA pode causar problemas não só em relação à vaga nas oitavas da CL. Para o futuro de Ole Gunnar Solskjaer também.

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Os 5 jogos mais memoráveis em Old Trafford contra o Arsenal na era da Premier League

A depender da sua perspectiva, Manchester United x Arsenal não é um clássico.

Se for pela ótica da tradição, sim, é. Sem dúvida. Mas assim o United tem 38 clássicos durante a Premier League porque todos os seus rivais são clubes centenários.

Se a opinião for baseada na rivalidade histórica, não é. Os clássicos são contra (pela ordem de importância) Liverpool, Leeds United, Manchester City e, perdido pelo tempo, Oldham. Não sou especialista em Arsenal, mas creio que os jogos mais importantes para eles sejam Tottenham, Chelsea e West Ham. Fulham, talvez?

Isso não impede que tenha havido período de rivalidade que beirou o ódio. Roy Keane já disse que, entre o final dos anos 1990 e 2005, ele detestava o Arsenal. Normal. Eram as duas equipes que disputavam os principais títulos e fizeram confrontos memoráveis, que estão na história. Depois o Chelsea tomou esse lugar que chegou a ser de Aston Villa e Blackburn há cerca de 30 anos.

Como preparativo para o clás… quer dizer, para a partida deste domingo, selecionei os cinco jogos mais memoráveis entre Manchester United e Arsenal em Old Trafford. Limitei apenas ao período Premier League, algo que não gosto de fazer, porque o Campeonato Inglês é muito mais do que isso.

5. Manchester United 1-0 Arsenal (19/9/1993)

Um dos mais icônicos gols de Eric Cantona. Um chute seco, reto, uma bomba que David Seaman só pulou para fazer figuração. O Manchester United caminhava para fazer o Double na temporada.

4. Manchester United 6-1 Arsenal (25/2/2001)

O Arsenal chegou a Old Trafford com sonho quase impossível de alcançar o United na liderança. Foi um massacre. Resultado que deu sobrevida (breve, é verdade) para Dwight Yorke no clube. Ele anotou três gols e pelo menos naquela tarde deixou Sir Alex satisfeito.

O treinador já estava contrariado com a vida noturna do atacante fora de campo. No ano seguinte, ele seria vendido ao Blackburn.

3. Manchester United 0-1 Arsenal (14/3/1998)

Uma das mas doloridas derrotas para o Arsenal na história dos confrontos. O gol de Overmars confirmou que o time de Highbury era a principal força da Premier League na temporada 1997-1998 e que ficaria invicto até a conquista do título.

Mas o resultado, decisivo para enterrar o desejo de Sir Alex Ferguson de chegar ao terceiro troféu consecutivo da liga, o fez perceber ser preciso reforçar a zaga, o lado esquerdo do meio-campo e o ataque. Na temporada seguinte chegaram Jaap Stam, Jesper Blomqvist e Dwight Yorke. O United conquistou o Treble.

2. Manchester United 8-2 Arsenal (28/8/2011)

OITO A DOIS. Rooney’s hat-trick, De Gea defendendo pênalti de Van Persie e um caminhão de gols perdidos que poderiam ter ampliado ainda mais a goleada.

Precisa mais?

1.Manchester United 2-0 Arsenal (24/10/2004)

A Batalha do Buffet. Pizzagate. The revenge. Nenhum jogo que não seja histórico recebe tantos apelidos.

O Arsenal chegou a Old Trafford com invencibilidade de 49 partidas na liga. Era ainda o resquício dos “invencíveis” campeões de 2003-2004. O United entrou em campo para não deixá-los chegar aos 50. Foi o que aconteceu.

Com esquema montado para parar o adversário, o United não os deixou criar. Quando foi preciso, usou o recurso das faltas, os enervando ainda mais. Ruud van Nistelrooy teve a sua vingança ao converter controverso pênalti de Sol Campbell sobre Rooney. Na temporada anterior, ele havia desperdiçado cobrança no último lance da partida em Old Trafford. Poderia ter impedido o Arsenal de ser campeão invicto. Foi provocado abertamente em campo pelos adversários.

Quando ele mandou Lehmann para o canto errado e abriu o placar, foi uma explosão mais de alívio do que alegria. Rooney fechou o placar nos acréscimos. No vestiário, houve confusão entre os dois times e Fábregas jogou pizza nos jogadores do United. Acertou em Sir Alex Ferguson.

O fato de 16 anos depois a torcida do Arsenal ainda chorar e reclamar dessa derrota, diz tudo.

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Adeus a Nobby

Passei o dia pensando no que poderia escrever sobre a morte do grande Nobby Stiles. Quando acreditei ter chegado a uma ideia para colocar neste blog, me deparei com esse obituário escrito pelo também lendário Brian Glanville, no Guardian.

Vocês não vão encontrar nada melhor. Então em vez de ler a mim, leiam o que ele escreveu aqui.

Grupo da morte? Tem certeza?

Ole Gunnar Solskjaer se lembra que o então assistente de Sir Alex Ferguson, Steve McClaren, foi lhe dar as instruções antes de ele entrar em campo. Faltavam 10 minutos para acabar o jogo, o Manchester United vencia por 4 a 1 e o atacante deveria entrar para tocar a bola, controlar o jogo.

“Nós não precisamos de mais gols”, lhe disse McClaren.

Ole substituiu de Dwight Yorke e anotou quatro vezes no Nottingham Forest naquele jogo da gloriosa temporada 1998-1999.

Foi a última vez que um substituto do United deixou o banco para fazer um hat-trick. Isso até esta quarta-feira (28). Marcus Rashford entrou durante o segundo tempo e marcou três vezes na goleada por 5 a 0 sobre o RB Leipzig, pela Champions League.

Foram dois jogos no torneio europeu em que Ole deu aulas táticas para Thomas Tuschel e Julian Nalgasmann. Sete gols marcados e um sofrido contra um finalista e um semifinalista da temporada passada. De Gea foi superado apenas uma vez e por culpa de Martial, que fez contra diante do PSG.

Diante dos franceses, ele deixou Pogba no banco para ter força máxima na recuperação de bola com McTominay e Fred. Com Wan Bissaka e Alex Telles como wing backs, Bruno Fernandes achou espaço, assim como Rashford e Martial. Com um pouco mais de cuidado no último passe e na finalização, a equipe teria vencido em Paris com tranquilidade. Sem suar.

Nesta quarta, Solskjaer armou um meio-campo em losango, com Pogba muito mais à vontade pelo lado esquerdo do meio-campo. Não por acaso, posição semelhante a que ele atuou pela Juventus quando foi vice da Champions de 2015. Van der Beek é um meia inteligente, toca rápido e se desloca bem. Os ingleses diriam que ele tem um “football brain”.

Seis pontos depois de dois jogos. Nada mal para quem achava que o time não passaria pelo que era considerado o grupo mais difícil, não é?. Os próximos dois jogos serão contra o Istambul Basaksehir, até agora com duas derrotas. Isso significa que depois da quarta rodada, os Reds podem estar praticamente classificados (e que ninguém venha aqui dizer que “Reds” significa Liverpool. Eu não sei quem inventou essa idiotice e espalhou no Brasil).

Não deu certo contra o Chelsea. Mas não deu errado. As melhores chances foram todas do United (embora o adversário tenha tido um pênalti não marcado). Não fosse por Mendy, Rashford teria decidido o jogo. Isso sem falar que Cavani quase marcou no seu primeiro toque como jogador do Manchester United.

Empatar com o Chelsea é um contratempo porque não há ninguém disparando na Premier League. Mas não é absurdo. Mesmo nos tempos áureos, eles sempre foram um pé no saco, difícil de serem batidos.

Depois de tudo o que aconteceu nos anos pós-Sir Alex, todas as falsas esperanças, o acreditar desacreditando, os momentos legais (FA Cup de 2016 e a Liga Europa de 2017) e as decepções, estamos sempre com um pé atrás. Mas é preciso analisar tudo com cabeça fria. De preferência, sem ler o Twitter, ferramenta que Ferguson considerava coisa de quem não tem o que fazer…

No imediatismo do futebol, é preciso manter o ritmo contra o Arsenal, domingo. Alex Telles estar com coronavírus complica um pouco imaginar que a formação será a mesma da partida contra o PSG. Mas é interessante notar que Solskjaer (aquele que tanta gente imaginava ser ingênuo taticamente) tem variações táticas e mostrou saber utilizá-las.

Ele até administrou bem a questão de Greenwood e sua aparente incapacidade de não chegar na hora certa para os treinos…

A gente sempre quer acreditar.

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Os verdadeiros culpados

Manchester United 1-6 Tottenham Hotspur
Old Trafford, 4/10/2020
Premier League

Quem sou eu para dizer para vocês não ficarem com raiva da incapacidade tática de Solskjaer? Ou com a eterna preguiça de Paul Pogba? Ou com a reação infantil de Anthony Martial ao dar um tapa em Lamela? Ou com Anthony Taylor não ter expulsado os dois? Ou com a falta de cérebro de Eric Bailly? Ou com a constante lentidão e falta de posicionamento de Harry Maguire? Ou com mais uma atuação pavorosa de Luke Shaw?

Quem sou eu para dizer para não ficarem irritados? Justamente eu que saio chutando tudo pela casa?

Mas eu peço que não percamos a perspectiva. Os verdadeiros culpados pelo Manchester United, o maior clube de futebol do planeta, ter virado motivo de piada são esses patetas da foto que ilustra esse post.

Claro que nesta segunda, último dia da janela de transferências, eles vão aparecer com contratações. Possivelmente Cavani. Quase com certeza Alex Telles. Vão “vazar” para a imprensa que tentaram de tudo por Jordan Sancho. Talvez até fechem com Facundo Pellistri, de 18 anos, e digam estar investindo no futuro. Um jogador que tem 17 jogos e um gol pelo Campeonato Uruguaio e é titular de um dos mais fracos times do Peñarol em recente memória.

O câncer Ed Woodward e seus bonecos de ventríloquo talvez até demitam Solskjaer se a coisa não melhorar imediatamente. Como fizeram com van Gaal e com Mourinho. Uma tentativa desesperada de encobrirem a própria incompetência e seus egos inflados. Tudo isso sob o olhar de indiferença dos Glazers, os ladrões de Old Trafford.

Mais de 1 bilhão de libras (R$ 7,5 bilhões) tirados dos cofres do clube em 10 anos. Uma dívida de 800 milhões de libras ainda não paga para financiar a compra do United por essa família até então em franca decadência financeira. Eles não tinham dinheiro para serem donos, pegaram empréstimos no banco e colocaram o Manchester United como garantia. Um golpe de estelionatários engendrada por Ed Woodward, até então um insignificante banqueiro que, por gratidão, foi levado pelos Glazers ao cargo de CEO, responsável por toda a operação do futebol.

Um sujeito incapaz, que não se tem notícia sequer de ter ido ver o time jogar antes de 2013, virou o senhor de tudo no clube. E começou o declínio.

Já são sete anos de trapalhadas, incompetência, arrogância, muito dinheiro tirado de Manchester, total falta de direção e ausência de qualquer plano de longo prazo.

Livrar-se dos Glazer é inviável. Só um milagre. Mas enquanto Ed Woodward, Matt Judge e essa turma de parasitas estiver mandando no Manchester United, só um milagre vai tirar o time em campo dessa zona que se tornou.

Podem voltar a culpar Ole e os jogadores agora… Não estou dizendo que eles não tenham responsabilidade. Claro que têm.

Mas não esqueçam quem são os verdadeiros vilões nessa história.

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Comemorar ou não comemorar? Comemorar, claro

Brighton 2-3 Manchester United
Amex Stadium, 26/9/2020
Premier League

Se os 90 minutos contra o Brighton não convenceram Ed Woodward e sua trupe de patetas que o time precisa de um zagueiro imediatamente, nada mais os convencerá.

É muito fácil jogar nas costas de Victor Lindelof. Ele sempre dá espaços e demora para reagir. Posso entender que Ole goste da saída de jogo do zagueiro, mas perdoem-me por achar que a primeira e mais importante missão de um defensor é defender o seu gol.

Não que Harry Maguire esteja bem. Mas já mencionei aqui ser muito mais provável vê-lo melhorar com um zagueiro veloz ao seu lado, capaz de oferecer mais segurança, do que isso acontecer com o sueco.

Não era assim que eu deveria começar um texto depois dessa vitória, não é? Fergie Time? Que tal Ole Time? Sir Alex, entre as muitas coisas que conseguiu no United, nunca venceu jogo com um gol DEPOIS da partida encerrada. How about that?

Acho que foi Rob Blanchette quem escreveu no Twitter e concordo 100%. Nessa hora, não importa se jogou mal ou passou sufoco. Se você não consegue vibrar enlouquecidamente quando seu time ganhar uma partida desse jeito, com um gol aos 55 do 2º tempo, vá assistir tênis.

A equipe teve gigantesca sorte, claro. Os espaços que dão na defesa são incríveis e isso foi apontado por Alan Shearer no Match of the Day. Rashford fez um gol espetacular, mas não está bem. Nem Martial. Mas diante do que aconteceu, tudo fica em segundo plano. Espero que sirva como crescimento a partir do jogo de quarta-feira contra o… Brighton! Tudo bem que será pela Copa da Liga e não terá tanta importância assim.

Não me levem a mal. É ótimo ganhar sempre e todo título tem o seu valor, mas prefiro vencer o Tottenham Hotspur no domingo, se fosse obrigado a escolher apenas uma partida.

Curioso que basta uma apresentação como a de sábado para Woodward começar a sua operação vazamento de boatos na imprensa amiga para tentar conter a ira dos torcedores nas redes sociais:

  • O clube vai fazer uma oferta concreta por Sancho e será para valer!
  • O United ainda está no mercado para contratar um zagueiro
  • O dinheiro está disponível para contratações se aparecer o nome certo (que raios significa “nome certo”?)
  • A negociação de Alex Telles está praticamente fechada, só falta acertar o valor com o Porto (essa eu não sei se me faz rir ou chorar).

Nada contra o brasileiro, claro, e o time precisa de um lateral esquerdo realmente. Mas na lista de prioridades de posições para reforçar, não é a primeira. Nem a segunda. Podemos discutir se é a terceira. Quando a coisa apertar e Woodward for pressionado, ele vai usar seus assessores formais e informais para alegar que o clube fez, sim, investimentos. E vai citar Alex Telles.

Não é difícil prever.

Isso me lembra Mourinho, na primeira entrevista como técnico do Manchester United. Ele se preparou para a pergunta de não dar chances para garotos das categorias de base. Levou folha de papel com mais de 30 nomes de jogadores que estrearam como profissionais com ele. Estava cheia de atletas que atuaram 10 ou 15 minutos e depois nunca mais.

Não sei como ele não se acertou com Woodward. Foram feitos um para o outro.

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Esqueçam a Copa da Liga. O que é interessa é o Brighton

É perda de tempo discutir essas fases iniciais da Carabao Cup.

Eu tenho dificuldade com esses patrocinadores de torneio. Para mim, a Copa da Liga será sempre a Worthington Cup, que era o nome quando comecei acompanhá-la. Sir Alex Ferguson a usava sempre para dar aos garotos da academia o gostinho de atuar pela equipe principal. Alguns tiveram na terceira fase dessa competição a única chance entre os grandes. Erik Nevland é um dos nomes que me vem à mente.

Ia citar Jonathan Greening, mas ele estava no banco na final da Champions de 1999, então claro que deve ser lembrado por mais do que a Copa da Liga.

O que interessa mesmo é como o time vai reagir neste sábado. Chega a ser patético de tão óbvio dizer que se quiser disputar o título o United não pode ser dar ao luxo de perder para o Brighton.

Por mais que doa o coração escrever isso, este Manchester United, com Lindelof na zaga, Shaw na lateral esquerda, sem opções para meia pela direita e com elenco enxuto demais, não vai brigar para ser campeão da Premier League nesta temporada. Se isso acontecer, terei um prazer quase sexual de vir aqui e reconhecer estar errado. Mas não creio que será o caso.

Não será apenas pelo resultado. O desempenho diante do Crystal Palace foi ruim demais para ser repetido. A equipe tem mais chances em torneios em formato de copas, como a FA Cup, Carabao Cup e Champions League (passando pela fase de grupos, claro), do que nos pontos corridos, onde é preciso manter a regularidade. Nos dois anos (torturantes várias vezes) em que comandou a equipe, Louis van Gaal definia a evolução como um “processo”. Na boca dele, estava errado. Mas o conceito é correto.

Em seu texto no programa do jogo da estreia, Ed Woodward escreveu (na verdade foi algum dos seus aspones, mas vocês entenderam…) que o clube estava atento ao mercado, tinha investido em van de Beek e continua em busca de novas oportunidades, mas que o cenário era incerto por causa do coronavírus. Seus asseclas correram para a imprensa para vazar os milhões que o Manchester United perdeu na pandemia.

Não chega perto do que o clube jogou no lixo com os Glazers. Se feita uma conta de quem mais tirou dinheiro de Old Trafford, a Covid não chega perto daqueles parasitas.

Todo o objetivo desse “noticiário” é livrar a barra de Ed Woodward, claro.

O mesmo vale para o vídeo de Patrice Evra que coloca toda a culpa em Matt Judge, não cita sua amizade com Woodward e ainda diz que Avram Glazer “ama” o United. Sem comentários…

Apesar dessa gente, o United não pode se dar ao luxo de continuar dando um passo para frente e dois para trás. Mesmo que a velocidade não seja a que a torcida espera, a necessidade de estabilidade fora de campo e evolução dentro dele é desesperadora. Porque se os resultados não forem bons, não tenham dúvidas que Woodward vai jogar Solskjaer under the bus para encobrir a sua total incapacidade. Não foi isso o que fez com van Gaal e Mourinho? Não que eles não tivessem culpa no cartório.

O jogo vai começar às 8h30 deste sábado, o que significa ter o potencial de acabar com o meu final de semana logo no começo. Ou torná-lo muito melhor. Por favor, que seja esta última alternativa.

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De onde viemos e para onde vamos

Manchester United 1-3 Crystal Palace
Old Trafford, 19/9/2020
Premier League

Nova temporada. Vamos ver se retomamos essa bagaça aqui.

Pensei em escrever neste sábado, mas estava muito irritado e poderia cometer injustiças.

Claro que ainda há raiva. E direcionada a quem a merece. Os Glazers, esse câncer em Old Trafford, e Ed Woodward, a metástase. Uma família de parasitas que pegou o clube mais lucrativo do mundo e uma máquina de vencer e, da noite para o dia, o mergulhou em uma dívida de 800 milhões de libras. O idealizador dessa picaretagem (Woodward), um banqueiro, recebeu como recompensa o título de diretor executivo. Cargo para o qual ele está tão preparado como eu estou para ser engenheiro da NASA.

Enquanto Sir Alex Ferguson (um ídolo, um gênio, o homem -à exceção do meu pai- que mais me deu alegrias na minha vida, mas que tem culpa nesse cartório. Voltaremos a isso em um futuro próximo) esteve na ativa, ele encobriu tudo isso com sua genialidade, trabalho incansável e a vocação para ganhar. Quando se aposentou, foi como se alguém puxasse aquela carta que mantinha o castelo de pé.

Nos últimos 10 anos, os Glazers tiraram 1 bilhão de libras do Manchester United. Seja em dividendos, retiradas de dinheiro, pagamentos dos empréstimos feitos por eles para comprar o clube, e juros. Old Trafford é o caixa eletrônico dessa família de insetos. Ed Woodward está lá apenas para cuidar da grana deles. Para ele, isso se transformou em um jogo de poder. Não aceita cedê-lo para um diretor de futebol e insiste em fazer um trabalho que… Bem, já falamos sobre isso nas linhas acima.

Como não ficar com raiva quando, por causa da incompetência, malícia e ganância desses patetas, aquele time do outro lado da M62 voltou a ao fucking perch o qual Sir Alex brigou tanto para derrubá-lo? E mesmo assim, como atuais campeões da Premier League, eles já contrataram mais jogadores na atual janela de transferências do que o Manchester United. Quem precisa mais de reforços? Klopp ou Solskjaer?

Nada contra van der Beek, claro. Dessa deprimente derrota contra o Crystal Palace, ele foi um dos poucos pontos positivos. Entrou bem, deu um outro dinamismo à equipe e fez gol. Os recém-chegados a um novo clube costumam estrear com entusiasmo e dar nova dinâmica em campo. O problema é que à exceção do holandês, não havia nenhuma novidade. Tanto assim que o United começou a temporada com Timothy Fosu-Mensah e Daniel James no setor direito.

Foram 90 minutos em que todo o otimismo da temporada passada, quando é inegável ter havido progresso, foi pelo ralo.

O que nos traz a Solskjaer. Eu sou incapaz de criticá-lo com o mesmo peso dos outros. Essa história de #OleOut é coisa de idiotas. Não creio que ninguém que seja torcedor de verdade do Manchester United é capaz de esquecer o que ele fez e representa. Além dos gols, dos títulos, da capacidade de tirar o time do sufoco nas situações mais complicadas, ele é alguém que ama o clube. Isso é mais do que podemos dizer de todas as pessoas que estão no board (e nem precisamos citar os Glazers). Ole está claramente desesperado para fazer a equipe crescer e brigar com Liverpool e Manchester City pelos troféus.

Ele está no mesmo nível de Klopp e Guardiola? Não está. Até pelo tempo de carreira. Mas ele é mais astuto do que as pessoas lhe dão crédito. Na temporada passada, o United esteve a poucos minutos de ganhar do Liverpool (e ainda poderia ter empatado em Anfield não fosse por Martial) e de quatro jogos contra o Manchester City, venceu três.

Com Solskjaer em campo, o United teria vencido o Sevilla na Liga Europa porque não desperdiçaria nenhuma daquelas quatro chances na cara do gol.

Talvez seja culpado por se sujeitar a Woodward e não cobrar de forma mais ostensiva reforços, mas ele sabe onde pisa. Por estar desesperado para ter sucesso, tem se adaptar. Com a chance de assumir o comando de uma equipe do tamanho do United, talvez nós também nos sujeitássemos àquilo. Vai saber…

O fato é que eu prefiro a evolução do clube sob o comando de Ole do que a choradeira interminável de Mourinho e sua capacidade de alienar jogadores, o futebol pedante e ineficiente de van Gaal e… Preciso citar David Moyes?

Acredito que Solskjaer está frustrado porque o crescimento tem sido podado pelas pessoas que vocês já sabem quem são. Mas não tenham dúvidas de que se a coisa começar a dar muito errado, Woodward o demitirá para encobrir seu próprio rabo, como fez com José e Louis.

Eu me espanto com o noticiário de que as prioridades para reforçar o time são um lateral esquerdo e um meia pela direita. Não que o United não precise dessas posições. Precisa e muito. Mas, para dar um exemplo, necessita muito mais de um zagueiro do que ala pelo lado canhoto. Quantos pontos na temporada passada Lindelof custou? Seu posicionamento no segundo gol do Sevilla?

E neste sábado, contra o Palace? Ele parece deixar o resto do time sempre tenso com a possibilidade do que vai acontecer quando um atacante adversário partir no mano a mano. Não que Maguire esteja bem. Com um parceiro de defesa mais constante, Harry tem espaço para crescimento. E Lindelof?

Eu me recuso a acreditar, até porque até hoje não vi nenhuma evidência disso em campo, que Lindelof é melhor do que Smalling. Isso para não citar Eric Bailly.

Creio que Ole conseguiu colocar a cabeça de Pogba em Old Trafford depois da ruptura da época de Mourinho. Em parte também porque não há clubes dispostos a pagar valor alto por um meia que nos últimos três anos teve raríssimos momentos de brilho. Talvez esteja na hora de testá-lo em uma nova posição, especialmente quando Matic voltar. Como volante não tem funcionado. Diante do Palace, ele errou três passes seguidos durante o segundo tempo. Só não errou o quarto porque foi substituído.

Seu melhor momento na carreira foi como meia pela esquerda na Juventus vice da Champions de 2015. Quem sabe não seja uma alternativa? Claro que diante do teclado é bem mais fácil do que a beira do campo. Mas por que não tentar?

Talvez seja muito cedo para chorar tanto. Em 1992-1993, quando voltou a ser campeão inglês depois de 27 anos, o United perdeu nas duas primeiras rodadas. Em 1995-1996, Allan Hansen criou o “you don’t win anything with kids” depois do 3 a 1 para o Aston Villa na estreia. A última temporada de Sir Alex (2012-2013) iniciou com derrota em Goodison Park.

Claro que o resultado é um problema. Perder é uma merda. Acaba com o meu final de semana. Mas não é o mais grave. Nem o futebol insosso é o alarmante.

O que irrita mesmo é que esse filme a gente já viu. E sabe como termina se nada mudar.

Cinco grandes jogos do United na 3ª fase da FA Cup

robins

O final de semana da 3ª fase da FA Cup é um dos top três da temporada do Reino Unido. Disputa o topo com o Boxing Day e o Opening Day (que, para mim, é melhor que o Natal).

É um torneio especial, por mais que não seja tão importante quanto a Premier League ou a Champions League. Mas em uma lista dos três jogos que eu gostaria de ter estado presente na vida, dois foram pela FA Cup. A virada sobre o Liverpool na 4ª fase de 1998-1999 e o replay da semifinal daquela mesma temporada contra o Arsenal. Uma das maiores partidas de todos os tempos.

Todas essas elucubrações antes do confronto com o Derby County, nesta sexta, na estreia do United na competição, me fizeram pensar em cinco momentos memoráveis do clube na 3ª rodada da copa mais antiga do mundo.

Lista pessoal, claro. Mas segue abaixo. Em ordem cronológica, não necessariamente de preferência.

 

Derby 2-5 Manchester United (1965-1966)

O Manchester United não seria campeão daquela Copa, nem meses depois conquistaria o título de inglês. Mas foi um dos jogos a mostrar que Sir Matt Busby estava com outra máquina em formação. Um time que conquistaria o título da Division One na temporada seguinte e a tão sonhada Copa da Europa em 1968.

O United venceu com dois gols de Law, dois de Best (já começando a se habituar a ser “El Beatle”) e um de Herd.

A equipe iria até a semifinal, quando foi derrotada pelo Everton por 1 a 0.

 

Nottingham Forest 0-1 Manchester United (1989-1990)

Os mitos podem ser mais fortes que a realidade. Ficou na história que Alex Ferguson viajou para o City Ground com a corda no pescoço. O time estava recheado de desfalques e, se perdesse, o treinador seria demitido. Venceu com um gol de cabeça de Mark Robbins, que até hoje dá entrevistas como “o jogador que evitou a queda de Alex Ferguson.”

Não foi bem assim. Fergie estava pressionado, com certeza, e havia uma legião de torcedores descontentes. Mas Sir Bobby Charlton e o então chairman Martin Edwards sempre descartaram que a demissão aconteceria.

O jogo tem maior importância histórica porque aquela FA Cup foi o primeiro título da era Ferguson, conquista que lhe deu fôlego para continuar no processo de reconstrução do clube… Deu no que deu.

Conquista que foi possível graças aos gols de Mark Hughes. Aliás, um atacante que era fenomenal. Foi dele o passe para Robins marcar contra o Forest.

 

Chelsea 3-5 Manchester United (1997-1998)

O placar de 5 a 3 pode fazer parecer que foi um jogo equilibrado. Não, não. Foi um massacre. O United abriu 5 a 0. Poderia ter feito nove. Contra um adversário que nos últimos 30 anos (muito antes da era Abramovich) sempre perturbou, os Reds foram a Londres e tomaram conta do jogo.

Beckham anotou dois, Cole também e Sheringham completou. Um passeio. Só que nos 10 minutos finais, o Chelsea marcou três gols, o que levou muita a gente a dizer “ah, se a partida tivesse mais dez minutos…”

Mas não tem. São 90. Se minha mãe tivesse pêlo no peito, seria meu pai…

O United foi até as oitavas de final, quando foi eliminado pelo Barnsley, na partida replay…

Ah, uma observação. Eu usei a palavra “Reds” para me referir ao Manchester United. Isso me faz lembrar que já ouvi e li em alguns lugares que o uso de “Reds” se refere exclusivamente ao Liverpool…

Se o nobre leitor é uma dessas pessoas, pare de falar isso. Você está passando vergonha.

 

Aston Villa 2-3 Manchester United (2001-2002)

Uma virada com o DNA do United sob o comando de Alex Ferguson. Quantas vezes a vaca parecia que já estava no brejo e bastava um gol para acordar o gigante. Aquela sensação de “é inevitável, vamos virar” é um dos sentimentos que eu mais sinto falta dos tempos de Fergie como técnico.

Este jogo no Villa Park foi um clássico exemplo. Nada dava certo. Nada. Quando, aos nove do segundo tempo, Phil Neville fez um gol contra e o Villa abriu 2 a 0, tudo parecia perdido.

Aos 32, Solskjaer (saudades, Ole) diminuiu e o United, usando aquele uniforme dupla face, que de um lado era branco e do outro era dourado, foi para cima.  Aos 36, já vencia por 3 a 2, com a torcida invadindo o campo para comemorar os dois gols de Van Nistelrooy (saudades, Ruud).

A caminhada durou até a 4ª fase, quando Laurent Blanc enterrou o time na derrota por 2 a 0 contra o Middlesbrough.

 

Manchester City 2-3 Manchester United (2011-2012)

Se a memória não me trai, esta foi a última vez que o United foi a Emptihad e atacou o City de verdade. Um jogo em que no intervalo, vencíamos por 3 a 0, com Rooney (duas vezes) e Welbeck não dando sossego para a defesa deles.

O City marcou duas vezes no segundo tempo, o que apenas serviu para nos levar quase à loucura nos dez minutos finais.

Um grande jogo.

O United caiu na fase seguinte, em Anfield (of all places), contra o Liverpool.

 

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A disputa Mourinho x Scholes e a atuação de Paul Pogba

England's midfielder Jesse Lingard (L) g

O pós-jogo da partida contra o Everton foi dominado pela resposta que José Mourinho deu a Paul Scholes. O ex-meia criticou as atuações da equipe nas últimas partidas, especialmente Paul Pogba, alguém que joga na mesma posição que ele.

As declarações de José foram:

“A única coisa que Paul Scholes sabe fazer é criticar. Não acho que ele comente. Acho que ele critica, o que é algo bem diferente. Mas não são todos que têm de ser fenomenal como ele foi como jogador. Ele foi um jogador fenomenal, o que não significa que nós todos temos de ser fenomenais.”

“Paul (Pogba) tenta fazer o seu melhor o tempo todo. Às vezes ele joga muito bem, às vezes joga bem e às vezes não joga tão bem. Não é culpa de Paul que ele ganhe muito mais dinheiro do que Scholes. Não é culpa de Paul. É apenas como o futebol é.”

“Creio que Scholes ficará na história como um fenomenal jogador, não como comentarista, então prefiro olhar para ele como um jogador fenomenal que deu tanto para o clube que tenho orgulho de representar. Se Paul (Scholes) decidir um dia ser técnico, desejo que ele tenha 25% do sucesso que eu tive, porque 25% de 25 (títulos) são cerca de seis. Então se for 25% ele será muito feliz. Mas na minha cabeça Paul Scholes foi um jogador fenomenal, um dos melhores que eu vi jogando no meio-campo e ele deu tanto para o meu clube que eu só posso agradecê-lo por isso porque o prestígio do clube é baseado em pessoas como ele.”

Bem, por partes.

Mourinho não precisava dar este tipo de respostas (ainda mais a parte do dinheiro, desnecessária), mas não é de seu temperamento deixar passar situações como essa. E, para que sejamos justos, não saiu do nada. Ele foi perguntado na entrevista sobre as declarações de Scholes. Também não há grande problema nisso porque é uma disputa de opiniões.

Não é a primeira vez que o português faz isso. Ele já atacou Jamie Redknapp em 2015 e disse que gostaria de ver mais ex-jogadores do Chelsea como comentaristas para defenderem o clube. O que é uma bobagem, porque há vários! Talvez esta lembrança desperte o motivo do incômodo de Mourinho com Scholes. Scholesy é um ex-United. Mais do que isso. É um grande jogador do clube, um dos maiores que passaram por Old Trafford. É possível que, na cabeça de Mou, Paul tenha de zelar pela imagem da equipe, não atacá-la.

Chega a ser curioso que alguém tão calado quanto Scholes era quando jogador tenha virado comentarista (mesmo que esporádico) tão contundente e afiado. Quem tiver melhor memória vai se recordar que ele provocou uma reação semelhante em Louis van Gaal.

Mas por que Scholes teria a obrigação de defender o United? Gostar do clube é uma coisa, mas é óbvio que ele é pago para dar opiniões e dizer o que pensa. É possível condená-lo por fazer exatamente isso? A verdade é que para o bem e para o mal (na maioria das vezes para o bem), Mourinho parece ser um técnico gaúcho, daqueles que adoram a escola de que o time só está bem quando adota a filosofia de “nós contra o mundo”.

Pensando bem, não é tão raro assim. Sir Alex Ferguson fez maravilhas no Aberdeen e um dos argumentos que mais usava era que toda a “elite de Glasgow” estava contra eles. Apoiado nisso, conseguiu ganhar a final da Recopa da Europa contra o Real Madrid.

O cerne da questão é se Scholes tinha razão ou não nas críticas.

Pogba tem jogado como alguém comprado por 90 milhões de libras? O futebol tem sido bom? Mourinho tem responsabilidade nisso?

Não. Não. Sim.

É inegável que os últimos jogos foram ruins (nem cito a Carabao Cup) e foram pontos perdidos contra Leicester e Burnley. Mas fica a impressão de que 2017 foi um ano terrível para o Manchester United, o que é 100% falso. Com Mourinho e o elenco em reconstrução (um processo que ainda está em andamento), a equipe foi campeã em Wembley, venceu a Liga Europa e voltou à Champions, o que era a prioridade da última temporada. Fez uma boa fase de grupos na CL, foi primeiro do grupo e pegou um adversário bem aceitável nas oitavas.

Um pouco de perspectiva é bom.

A resposta de Mourinho a Scholes ofuscou o que aconteceu nos 90 minutos em Goodison.

1. Pogba atua muito melhor quando tem liberdade em campo, chegando ao ataque para armar o jogo e protegido por uma dupla de volantes (Matic e Herrera);

2. O crescimento de Lingard tem sido considerável nesta temporada e se Guardiola ganha crédito por ter melhorado Sterling, Mourinho merece os mesmos elogios pela evolução de Jesse;

3. Com as costas na parede pela vitória do Liverpool sobre o Burnley, o United respondeu bem e teve atuação, especialmente no segundo tempo, boa;

4. Pouco destaque foi dada a outra afirmação de Mourinho após o jogo de que é possível que um reforço seja contratado em janeiro.

Tenhamos calma.

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